segunda-feira, 7 de abril de 2008

Crónicas do filho da p*** (2ª parte)


Onde o filho da p*** se sente à-vontade é na política. Está entre os seus e considera-se o maior, quando tem de lidar com os grupos que o elegem. Aí a sua natureza de filho da p*** tem der ser cuidadosamente camuflada sob uma aparência de bonomia, de solidariedade e de partilha dos problemas dos “totós” que vão na conversa. “As bases” como ele gosta de chamar, são sempre difíceis de contentar. Estão sempre a pedir alguma coisa ou, pior ainda, durante as campanhas querem beijinhos e abraços, algo que o filho da p*** abomina, mas que condescende com um sorriso nas beiças. Interessa é que os otários façam a cruzinha no sítio certo. Isso vale todos os sacrifícios.
Mas o filho da p*** tem um drama permanente, pois todos os outros filhos da p*** da política, invejam a sua posição e não se poupam a esforços para o foder.
Por isso, tem de manter-se nas boas graças do chefe, seja ele qual for, o deputado, o presidente da Câmara, o secretário-geral, sei lá, um qualquer filho da p*** graúdo.
A esses cães gordos, o nosso filho da p*** até lhe lambe os sapatos, com um ar de fingida satisfação. Diz sempre “ámen” ao chefe, reitera-lhe repetidamente o seu apoio e está sempre disponível para qualquer biscate de que o chefe o encarregue. Como qualquer bom filho da p*** roí-se todo por dentro com esta subserviência e sonha com a oportunidade de tramar o chefe e, quem sabe, herdar a sua posição. É uma questão de tempo…
Nas reuniões do Partido gosta particularmente de ver o chefe a ser atacado, para poder demonstrar-lhe a sua fidelidade, defendendo-o dos outros filhos da p***. Quando lhe toca a ele dirigir uma reunião, temendo ser atacado, fala, fala, fala até ser tarde e já ninguém estar com paciência para o afrontar.
Não dispensa um séquito de nabos, os “ferrinhos”, para lhe fazerem as vontades e os trabalhos que ele considera indignos da sua posição. Esses, são o seu grupo de “amigos”, que ele lança para a frente dos seus adversários políticos, sempre que lhe convêm. O filho da p*** sabe que esses “amigos” não duram sempre, porque, mais tarde ou mais cedo, topam-no e mandam-no lixar.
Nessas ocasiões o filho da p*** arma-se em vitima e diz que o querem tramar, a ele que é o paladino da verdade, dos pobres, da ecologia, do Benfica… sim do Benfica, porque o chefe também é do Benfica. Mas se o chefe for do Sporting, ele passa a ser “lagarto” convicto.
Ainda no mês passado arranjou uns bilhetes que lhe custaram os olhos da cara e convidou-o para ir à bola, ele que detesta as confusões do estádio, com todos os energúmenos de bandeira e cachecol. Mas foi da maneira que o chefe acabou por lhe arranjar aquele “tacho” naquela empresa pública. Bem, adiante…

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